Como surgiu tudo isto - Parte 2





Como disse no post anterior, uma ideia que não se torna palavra é uma má ideia. Uma ideia que não se torna acção é uma má acção. Foi por isso mesmo que fechei definitivamente as portas à procrastinação, e lancei mão à obra.

O primeiro grande desafio era descobrir onde fazer um evento dedicado ao Amor. Um desafio fácil de ultrapassar, já que foi quase imediatamente que me surgiu o Largo de Camões. Este espaço é o coração da cidade, e tem o nome de um GRANDE poeta português que soube descrever o amor como ninguém. E o que dizer do amor que tanto eu como a Natalina nutrimos pela cidade de lisboa. Nesse momento tive a certeza absoluta de que era o sítio perfeito.

O segundo desafio... com que deveria falar para obter as devidas licenças? Um evento deste tipo, que se pretende tão expontâneo quanto possível, tem ainda assim enormes limitações que já que carece de dois tipos de licença: uma licença de ocupação de via, a emitir por parte da Câmara Municipal de Lisboa, e uma licença junto da polícia. Esta última autorização reveste-se de particular importância, já que a última coisa que gostaria que acontecesse era haver uma confusão entre uma "manifestação" de homenagem ao Amor, e uma manifestação ilegal de repudio pelos imbecis que governam o nosso país (não vou mentir... neste momento não me importaria nada de organizar um evento desse tipo). É que continuo a preferir beijos e carícias a pancada e violência (pelo menos por agora). Falar directamente com a Câmara Municipal de Lisboa estava fora dos meus planos. Esta entidade é enorme, e encontrar a pessoa certa para falar e não falhar o alvo era uma tarefa que não se coadunava com o pouco tempo disponível. Assim sendo, lembrei-me da Biblioteca Municipal de Camões, onde já tinha estado há uns anos atrás a fazer uma actividade com uma série de crianças. Um primeiro contacto telefónico, estabelecido com a Isabel Monteiro, que contactou a sua superior hierárquica Susana Silvestre - Chefe de Divisão da Rede de Bibliotecas revelou imediatamente que esta seria uma óptima e inspirada ideia, já que demonstrou um enorme interesse na iniciativa. Saliento que a Isabel e a Susana foram muito importantes a um outro nível menos burocrático... elas foram as primeiras das muitas pessoas com quem falei que afirmaram que este evento:

É uma boa ideia
Não é piroso / lamechas
Tem capacidade de atrair pessoas
É realizável
(tudo dúvidas que até ao momento assolavam o meu espírito... e ainda assolam um pouco!)

Demos então início a todas as tramitações necessárias para levar esta ideia a bom porto. Após um oceano de mails, redigi um texto de apresentação, criei uma imagem de mim mesmo sem me identificar e também um banner / convite (que apresento acima), tudo documentos que serão usados pelas Bibliotecas Municipais de Lisboa (BLX) para promover o evento junto dos media, o que irá acontecer já para a semana que vem.
A parceria que desenvolvi com as BLX revelou-se fundamental. Sem esta simbiose, tudo isto não passaria de um desvario. O apoio logístico, promocional e motivador desta entidade tem sido incondicional, incansável e incontornável.

O terceiro desafio... bem, este não é bem um desafio pois foi fácil de resolver. Amo a música. Respiro música. Transpiro música. Para mim a música é uma auto-estrada que liga directamente os sentidos ao coração e à alma. Por isso mesmo eu queria que este evento tivesse música, para além dos ritmos acelerados dos corações de quem participar. E sabia exactamente com quem falar... mas essa é uma história para o próximo post.




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